Aprovada proposta para a desagregação de Arcossó da União de Freguesias de Vidago


Proposta foi aprovada ontem em reunião extraordinária de Assembleia de Freguesia, mas é necessária a deliberação por maioria simples da Assembleia Municipal.

A proposta para a desagregação da localidade de Arcossó, da Freguesia de Vidago (União das Freguesias de Vidago, Arcossó, Selhariz e Vilarinho das Paranheiras), foi aprovada na noite de quinta-feira, 24 de outubro, durante uma reunião extraordinária de Assembleia de Freguesia, realizada nas antigas instalações da JF. de Arcossó.

A proposta submetida foi aprovada com oito votos a favor e uma abstenção.

Agregada desde 2013, aquando da última reforma administrativa no país, um movimento de habitantes desta localidade entende que a separação de Arcossó da União das Freguesias de Vidago, Arcossó, Selhariz e Vilarinho das Paranheiras, é o recuperar da independência.

Luísa Salgado, uma das promotoras desta proposta de desagregação, já havia referido ao Jornal de Chaves que a população quer “recuperar a autonomia e a identidade cultural e histórica da freguesia. Queremos ser independentes de Vidago”.

Este movimento apontou ainda como motivos para esta decisão, a vontade política e a insatisfação existente na população por não ter sido consultada aquando da decisão de agregação a par daquele que consideram ser um erro legislativo. Com a aprovação do regime que permite reverter freguesias agregadas em 2013, os habitantes entenderam pedir a revisão do processo.

“Esperamos que a situação seja revertida e a nossa freguesia não seja efetivamente perdida”, explicou Luísa Salgado a 17 de outubro.

Questionado, na mesma altura, sobre esta intenção de desagregação, o presidente da União das Freguesias de Vidago, Arcossó, Selhariz e Vilarinho das Paranheiras assegurou que o executivo vai respeitar a vontade da população que entende que ficará melhor servida sendo uma freguesia independente. “Iremos respeitar a vontade da população e já emitimos, entretanto, um parecer favorável, no sentido de a aldeia ser independente. Não vamos contra essa vontade”, apontou Rui Branco.

Segundo o regime jurídico de criação, modificação e extinção de freguesias que procede à reorganização administrativa do território das freguesias, as que queiram desagregar-se têm de ter pelo menos 750 eleitores ou 250 eleitores no caso das freguesias de territórios do interior abrangidos por medidas especiais de coesão territorial.

Segundo o último caderno eleitoral, Arcossó tem 372 eleitores recenseados num total de 400 habitantes. “Sendo independente é claro que a freguesia terá que se gerir com aquilo que a lei define e o que será atribuído, será ajustado em função daquilo que é a área e também a população”, afirmou o autarca de freguesia, sendo que, e segundo Luísa Salgado, a área da freguesia de Arcossó é maior em relação a Vidago.

Na altura do regime de agregação, a população colocou uma providencia cautelar, tendo o processo sido arquivado.

Este movimento pede agora a desanexação tendo já sido aprovada a proposta em Assembleia de Freguesia.

De acordo com a versão aprovada, as freguesias agregadas que pretendam desagregar-se precisam de uma deliberação por maioria simples das respetivas Assembleias de Freguesia e Assembleia Municipal. Depois de aprovada em Assembleia Municipal, a proposta segue depois para a Assembleia da República que irá analisar se a localidade reúne condições para ser freguesia.

Sara Esteves

Fotos: DR


25/10/2024

Sociedade


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