Luís Nunes com fim de semana agridoce na Rampa da Serra da Estrela
Apesar de vencer na sua categoria, o piloto valpacense esteve na luta pela vitória à geral, no Campeonato de Portugal de Montanha, cuja derradeira jornada teve como palco a Serra da Estrela. Luís Nunes considera que foi prejudicado e retirado da luta pela vitória, depois de uma decisão dos comissários da prova, que não o agradou.
Luís Nunes não terminou a
temporada 2024 como queria. O piloto e chefe de equipa da Nunes Sport chegou à
Covilhã com vontade de fechar a época com mais uma grande prestação. Mas as
condições meteorológicas permitiram ao piloto do Skoda Fabia R5 lutar pelo
triunfo à geral. Tal acabou por não se materializar por decisões alheias ao
piloto de Carrazedo de Montenegro, que ficou muito pouco agradado.
A meteorologia complicou as
contas dos pilotos e equipas. A chuva que marcou presença nos dois dias de
prova dificultou a tarefa aos artistas da Montanha. Estas condições anularam a
vantagem dos crónicos candidatos à vitória à geral, os Sport Protótipos,
abrindo a porta a outros candidatos ao triunfo. Luís Nunes perfilou-se como um
dos mais fortes candidatos, terminando o dia de sábado na liderança da prova.
No domingo, as subidas foram
ainda mais difíceis, com o nevoeiro a juntar-se à chuva. As condições estavam
longe do ideal para a prática do desporto, pelo que a terceira subida oficial
foi cancelada. Antes disso, uma decisão questionável por parte dos comissários
retirou Luís Nunes da luta pela vitória. A segunda subida oficial foi suspensa,
devido à fraca visibilidade, depois de Nunes ter iniciado a sua subida. Com
isso, a vantagem foi para os pilotos que subiram no recomeço da prova, já com
condições muito melhores.
Luís Nunes não ficou agradado com
a decisão, que considera “injusta e que o impediu de lutar pelo triunfo à
geral, objetivo que era claramente atingível e que coroaria uma época perfeita
com um feito único”.
“É mais uma vitória na
categoria, mas que é agridoce. Não me deixou totalmente satisfeito e saí da
Covilhã triste e revoltado. Tinha tudo para ser um fim de semana perfeito e não
deixaram que isso acontecesse. Não gosto das corridas assim”, disse o
piloto.
“Estive sempre muito forte, no
sábado terminei o dia no primeiro lugar da geral e no domingo mantivemos o
ritmo, com o foco em tentar a vitória à geral. Mostramos andamento e condições
para atingir esse objetivo, mas quando fomos para a segunda subida oficial,
fomos confrontados com uma decisão que não entendemos”, realça Luís Nunes.
“Efetivamente as condições não
eram as melhores e, além da chuva, havia muito nevoeiro, que condicionava a
visibilidade. Mas as condições eram iguais para todos. Se havia condições para
que a maioria subisse, eu incluído, não entendo porque depois da minha subida,
a prova foi suspensa”, questiona o atleta.
“Creio que todos os pilotos
têm de ser tratados da mesma forma. Eu enfrentei condições difíceis, tal como
outros pilotos que subiram antes de mim e mal iniciei a subida, a prova foi
suspensa, até que nevoeiro levantasse. O CAMI é um clube com experiência e não
pode cometer este tipo de erros, pois sabiam que eu estava na luta pela vitória
à geral e sabiam perfeitamente que, com esta decisão, me deixariam fora da luta
pelo triunfo. Assim, outros pilotos subiram já com condições muito melhores,
como os tempos demonstram. Eu piorei vinte segundos face ao treino anterior, e
os restantes pilotos que subiram depois da suspensão de prova fizeram tempos
equivalentes aos que vimos no sábado, o que mostra bem a diferença. A decisão foi publicada ainda quando fazia a
subida. Quando cheguei ao topo da rampa, fui informado que a prova foi suspensa
por falta de visibilidade. Com esta decisão, impediram-me de lutar pela
vitória. Não sei se conseguiria vencer, mas ficou claro para todos que tinha
condições para estar na luta até ao fim”.
Apesar da vitória na Categoria,
Luís Nunes sente-se “triste e frustrado” com o sucedido.
“No final, dei os parabéns aos
José Rodrigues, o vencedor, que não tem culpa nenhuma do que aconteceu e
aproveitou a oportunidade como qualquer um faria. Mas não gosto deste tipo de
situações, quer aconteça comigo ou com outras pessoas”, salientou o piloto.
Apesar da visível frustração,
Luís Nunes mostrou-se orgulhoso pela época conseguida. O piloto do Skoda Fabia
R5 considerou a época de 2024 como a sua melhor, quer pelo ritmo, quer pela
regularidade. Nunes aproveitou para fazer uma dedicatória emocionada.
“No final, tenho de ficar
feliz com a época que fiz. Mais uma época em que consegui o pleno, com oito
vitórias na minha categoria em oito provas. Terá sido até a minha época mais
bem conseguida na Montanha. Fico orgulhoso do nível apresentado, graças também
ao excelente trabalho da ARC Sport, que me deu todas as condições para este
sucesso. Creio que fui dos pilotos mais regulares este ano, sempre muito forte
em todas as provas, como comprovam os resultados”.
“Este título é dedicado ao meu
pai, que já não está entre nós, à minha família e em especial ao meu irmão.
Também aos meus patrocinadores, amigos e à minha equipa, a ARC Sport. Estiveram
comigo em cada subida, em cada triunfo. É também graças ao seu apoio e à sua
força que consegui esta época fantástica”, termina por dizer o piloto
transmontano.
15/10/2024
Desporto
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