Agricultores afetados pelos incêndios em Vila Pouca de Aguiar começaram a receber apoios
A entrega dos primeiros pagamentos, até um máximo de seis mil euros, aos agricultores aguiarenses começou esta segunda feira, 14 de outubro. O Governo assinalou a entrega dos apoios com uma visita ao concelho de Vila Pouca de Aguiar.
Foi com uma visita até Pedras
Salgadas que o Governo assinalou a entrega dos primeiros apoios financeiros aos
produtores aguiarenses, com prejuízos decorrentes dos incêndios de setembro.
Ondina Lagoa perdeu 300 rolos de
feno para alimentação das 100 ovelhas e as 40 vacas, um frontal de um trator,
um limpas bermas, uma vedação e uma manjedoura. Sabe que já foi compensada
pelos estragos que o incêndio causou e admite que o processo foi “fácil”.
“Esta ajuda é muito
fundamental. Não quer dizer que me vai pagar na totalidade os 12 mil euros de
rolos, mas já é uma grande ajuda”. Esta produtora de Zimão de 35 anos
revela só ter sido necessário indicar o que ardeu. “Não precisei de
documentos nenhuns. Não esperava que fosse tão fácil”, destaca assegurando
já ter recebido também ajuda da Câmara Municipal com 64 rolos de feno.
Albertino Pires de Sabroso de
Aguiar entregou ao ministro-adjunto e da
Coesão Territorial, Castro Almeida, um papel com os prejuízos. Contabiliza
danos em oliveiras, castanheiros, nogueiras, uma cerejeira e uma amendoeira. Aos
94 anos garante ter energia para plantar. “Se vier dinheiro ainda vou
plantar. Sinto-me com forças. Tenho um pacemaker, mas ainda trabalho”. Ao
lado, Castro Almeida encoraja dizendo que “ainda vamos ver os castanheiros a
dar castanhas”.
O ministro da Coesão Territorial
lembrou que os maiores prejuízos foram na agricultura e floresta e que os
apoios entregues nesta fase dizem respeito a danos imediatos até seis mil euros.
“São entre cinco mil a oito mil agricultores que estão nesta situação de vir
a receber pequenos apoios relativos a prejuízos que não conseguem documentar. (…)
Se tiverem documentos comprovativos de despesas maiores podemos pagar mais do
que isso [seis mil euros], salientou o ministro-adjunto e da Coesão
Territorial.
Castro Almeida explica que “alguém
da CCDR e da Câmara Municipal vai ao terreno, confirma os prejuízos que o
agricultor diz que teve, mesmo sem nenhum documento, havendo uma confirmação
com testemunhos da parte de vizinhos, ou do presidente da Junta e uma
confirmação da presidente da Câmara, pagamos o apoio devido até aos seis mil
euros. Os restantes devem ir a um portal eletrónico e fazerem uma candidatura
num formulário e esses têm que ser documentados”, frisou referindo que até
ao final deste ano os lesados já terão recebido o dinheiro equivalente.
Em Vila Pouca de Aguiar, e
segundo a presidente da Câmara Municipal, há cerca de 60 pequenos agricultores,
que sofreram danos com o fogo, sendo que cerca de vinte produtores já submeteram
candidaturas a estes apoios. “Foram dias trágicos para nós e a vinda do
ministro adjunto da Coesão Territorial só demonstra que o Governo quer estar
nesta coesão com todos os municípios afetados e com todos os territórios. Sendo
Vila Pouca um município do interior, e tendo sido gravemente afetado, esta
vinda ao concelho demonstra que há vontade do Governo em resolver o que ficou
nos prejuízos em ajudar e reerguer o nosso concelho”, salientou Ana Rita
Dias que agradeceu a “proximidade e rapidez na resposta monetária” e falou
da necessidade de criação de equipas interdisciplinares em agricultura,
floresta e urbanismo.
O ministro relembrou o processo
de atribuição de apoios. No caso de uma habitação, o responsável deve “fazer
o projeto de reconstrução da casa. A Câmara vai ser rápida a aprovar, ele
começa a obra e no momento em que começar a obra, nós adiantamos 50% do valor
da casa e pagamos a casa a 100% até ao valor de 150 mil euros. Se for mais de
150 mil euros da parte sobrante pagamos 85%. Quando começar a obra recebe 50%
quando chegar a meio dos trabalhos e justificar que gastou os 50%, recebe mais
40% e no final os últimos 10%”.
Questionado sobre a necessidade
de aumentar a verba disponibilizada, Castro Almeida explicou que “não será
necessário aumentar, mas se for, garanto que não faltará dinheiro para isso. O
teto máximo que está previsto é de até 150 mil euros. São casas rurais, em meio
rural sendo que reconstruir uma casa com 150 mil euros em princípio, é
suficiente. Se a casa for mais, nós pagamos até 85% da diferença”, salienta.
As candidaturas arrancaram na
quinta feira, 10 de outubro, e devem ser submetidas, segundo o ministro, até 30
de novembro. A CCDR-NORTE é a entidade pagadora.
Além do Ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, esteve também em Pedras Salgadas num encontro com os produtores, o Secretário de Estado das Florestas, Rui Ladeira, o Presidente da CCDR-NORTE, António Cunha, e mais representantes de entidades nacionais e regionais.
Sara Esteves
Fotos: CM Vila Pouca de Aguiar
14/10/2024
Sociedade
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