GD Chaves carimba 20.ª derrota frente ao Famalicão e desce à II Liga duas épocas depois


O Grupo Desportivo de Chaves viu confirmado, na sexta-feira, o regresso à II Liga, após duas épocas seguidas na divisão maior do futebol português, ao carimbar a 20.ª derrota da temporada na receção ao Famalicão (0-1) na 33.ª e penúltima jornada.

Está confirmado o desfecho da temporada 2023/2024 para o GD Chaves: depois de duas épocas consecutivas na I Liga, o emblema transmontano vai voltar competir no segundo escalão após nova derrota, a terceira consecutiva, diante do Famalicão, na sexta-feira.

O duelo arrancou a ritmo de treino, ainda que em sentido único, com uma clara superioridade do Famalicão, que foi dando espaço ao GD Chaves para jogar, com Leandro Sanca a rasar o poste logo aos 9’.

Já aos 15’, Puma deu o primeiro aviso, com um remate de longe que acabou nas luvas de Rodrigo. Logo depois, o panamenho voltou a estar em destaque, ao apanhar a bola em jeito na recarga de um livre a favor dos minhotos, mas Rodrigo não facilitou e voltou a negar o golo aos visitantes.

O Famalicão continuou persistente, com Henrique Araújo a ter tudo para inaugurar o marcador, aos 34’, após um cruzamento de Puma, mas o avançado português não chegou a tempo de um ‘desvio’ fulcral, vendo Rodrigo, novamente, a hipotecar os ‘tentos’ famalicenses.

Já na reta final do primeiro tempo, o GD Chaves mostrava dificuldades em aproximar-se da área adversária com perigo, enquanto o Famalicão protagonizou vários lances de perigo, com o guardião Rodrigo a travar duas investidas consecutivas, aos 41’.

Na compensação, os visitantes acabaram por chegar à (desejada) vantagem: Puma Rodríguez encontrou Gustavo Sá no coração da área flaviense que rematou a contar, inaugurando o marcador no municipal de Chaves aos 45+2.

Para a segunda parte, na esperança de alterar o desfecho da partida, Moreno fez entrar Guima, Benny e Jô Batista para os lugares de Kelechi, Rúben Ribeiro e Héctor, respetivamente. A tripla alteração produziu efeitos, dois minutos depois, com novo remate de longe de Sanca, mas a bola teimou em passar ao lado da baliza visitante.

Apesar da superioridade (clara) do Famalicão em campo, o GD Chaves foi conseguindo aproximar-se da área adversária, em especial nos últimos 25 minutos, ainda sem ocasiões de perigo, numa altura em que a partida foi subindo de tom, com alguma pressão e nervosismo à mistura.

Ainda assim, os ‘valentes transmontanos’ foram conseguindo travar as ofensivas minhotas, valendo, novamente, Rodrigo para impedir o esférico de (voltar) a entrar. Guima também tentou a sorte, com um remate forte de pé esquerdo, para defesa de Luíz Júnior. Também Paulo Víctor, que substituiu Sandro Cruz, tentou antecipar-se a um cruzamento para a área minhota, mas Jô chegou primeiro à procura do empate, mas a bola passou por cima do objetivo.

Os quatro minutos de compensação em nada trocaram as voltas ao destino, confirmando-se a 20.ª derrota da temporada, a terceira consecutiva e a despromoção do emblema azul-grená à II Liga após duas épocas no principal escalão do futebol nacional.

O GD Chaves conquistou a quarta subida à I Liga no ‘play-off’ de acesso à elite do futebol português na temporada 2021/2022, sob o comando técnico do vimaranense Vítor Campelos, após eliminar o Moreirense.

Sem poder lutar por um lugar nas competições europeias, por falta de inscrição, o conjunto azul-grená tentou ‘bater’ o recorde de pontos na I Liga, na temporada seguinte, 2022/2023, novamente liderado pelo ‘timoneiro’ Vítor Campelos, mas acabou a temporada com 46 pontos, menos que em 2017/2018.

Já esta época, a 18.ª participação na I Liga do clube flaviense fica, para já, marcada pela despromoção direta, além de 20 derrotas, oito empates e cinco vitórias em 33 jogos, e pela passagem de dois treinadores, José Gomes (até à quinta jornada) e Moreno Teixeira, sendo que o GD Chaves ainda terá de cumprir uma deslocação ao Estádio de Alvalade, para defrontar o campeão Sporting, na 34.ª e última jornada, agendada para as 18 horas de sábado, 18 de maio.

 

DECLARAÇÕES MORENO:

“Aqui ninguém fez nada por maldade ou má fé, demos o nosso melhor, mas este melhor não foi suficiente, e pedimos desculpa porque não tivemos a competência e a qualidade necessárias para tirar o Chaves da situação em que se encontra hoje. É preciso aprender com aquilo que foi mal feito esta época e, rapidamente, por o clube onde tem de estar, na I Liga, porque é, realmente, um clube que recebe como ninguém, que dá boas condições aos profissionais para trabalhar, que cumpre com tudo, por isso é que ainda me custa mais aceitar (a descida)”.

 

Mariana Ribeiro

Fotos: Luís Martins


13/05/2024

Desporto


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