ERS abre processo de monitorização a unidades de saúde após queixas sobre Interrupção Voluntária da Gravidez
O ACES do Alto Tâmega e Barroso e o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, agora integrados na Unidade Local de Saúde de Trás-os-Montes e Alto Douro, foram duas entidades notificadas pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS).
A Entidade Reguladora da Saúde
(ERS) abriu a 9 de março de 2023 um processo de monitorização (PMT) a agrupamentos
de centros de saúde, centros hospitalares e unidades locais de saúde, após
queixas de utentes relacionadas com dificuldades no acesso à Interrupção
Voluntária da Gravidez (IVG) em Portugal continental.
O PMT surgiu depois de a ERS ter
tomado conhecimento, em 11 e 12 de fevereiro de 2023, "através de
notícias veiculadas pela comunicação social", de alegados
constrangimentos na referenciação e acesso de utentes à realização da IVG, por
opção pessoal, em estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O processo de monitorização visa “acompanhar
e monitorizar o cumprimento pelos prestadores de cuidados de saúde do SNS, das
regras estabelecidas em lei e respetiva regulamentação, as quais visam garantir
e conformar o acesso das utentes à prestação de cuidados de saúde,
concretamente, à realização de IVG”, adianta a ERS no relatório das
deliberações do 4.º trimestre de 2023 divulgado esta terça-feira, 19 de março.
A abertura do PMT foi notificada
a todos os estabelecimentos oficiais e oficialmente reconhecidos para a
realização da IVG, à Direção-Geral de Saúde (DGS) e à Ordem dos Médicos (OM),
que segundo a ERS foi acompanhado por um pedido de elementos, para “analisar
transversalmente os procedimentos em vigor”.
Após análise aos procedimentos de
realização de IVG, a ERS deliberou que as unidades de saúde devem "garantir,
em permanência, que na prestação de cuidados de saúde, são respeitados os
direitos e interesses legítimos das utentes". Os cuidados de saúde
"devem ser prestados humanamente, com respeito pela utente, com
prontidão e num período de tempo clinicamente aceitável".
As instruções visaram os
agrupamentos de centros de saúde (ACES) de Alto Ave -- Guimarães, Vizela e
Terras de Basto, Ave/Famalicão, do Cávado I -- Braga, Cávado II --
Gerês/Cabreira, Entre Douro e Vouga I -- Feira e Arouca, Entre Douro e Vouga II
-- Aveiro Norte, Grande Porto III -- Maia/Valongo, Tâmega II -- Vale do Sousa
Sul, Tâmega III -- Vale do Sousa Norte, Grande Porto VII -- Gaia, Grande Porto
VIII -- Espinho/Gaia, Alto Trás-os-Montes -- Alto Tâmega e Barroso e Grande
Porto V -- Porto Ocidental. Também foram notificados os centros hospitalares de
Médio Ave, Póvoa de Varzim -- Vila do Conde, Tâmega e Sousa, Vila Nova de Gaia
Espinho, Entre o Douro e Vouga, Trás-os-Montes e Alto Douro, Lisboa Ocidental,
Oeste, Médio Tejo, Baixo Vouga, Setúbal, Leiria e Tondela-Viseu.
E ainda os hospitais de Braga,
Senhora da Oliveira -- Guimarães, São João (Porto), Santo António (Lisboa),
Lisboa Central, Lisboa Norte, Loures, Santarém, Amadora-Sintra, Espírito Santo
(Évora), Garcia de Orta (Setúbal), Vila Franca de Xira, Algarve, Cova da Beira,
Figueira da Foz e Coimbra.
Os ACES de Dão Lafões, Grande
Porto I -- Santo Tirso/Trofa, Cávado III -- Barcelos/Esposende, Grande Porto IV
-- Póvoa de Varzim/Vila do Conde, Douro I -- Marão e Douro Norte, Saúde Douro
II -- Douro Sul, Lisboa Central, Loures Odivelas, Lisboa Norte, Lisboa
Ocidental e Oeiras, Oeste Norte, Oeste Sul, Médio Tejo, Arrábida, Saúde
Lezíria, Almada/Seixal, Cascais, Sintra, Alentejo Central, Algarve I -- Algarve
Central, Algarve II -- Algarve Barlavento, Algarve III -- Algarve Sota-vento,
Baixo Vouga, Pinhal Interior Norte, Cova da Beira e Baixo Mondego também foram
mencionados.
Na lista de notificações estão
ainda as unidades locais de saúde de Matosinhos, Norte Alentejano, Litoral
Alentejano, Baixo Alentejo, Castelo Branco e Guarda, bem como a Galo Saúde --
Parcerias Cascais, investidora do Hospital de Cascais.
19/03/2024 Jornalista: Sara Esteves Repórter de imagem: DR
Sociedade
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