O material retirado na gestão de combustíveis nos espaços florestais mas também os sobrantes da exploração florestal pode, em resultado do seu aproveitamento energético, gerar rendimento.
Nesse sentido, a Comunidade
Intermunicipal do Alto Tâmega e Barroso (CIMAT), em parceria com o Município de
Ribeira de Pena e a Resinorte, está a desenvolver um “projeto piloto” para avaliar a viabilidade de implementar um
processo de valorização da biomassa florestal e de sobrantes florestais que possa
ser replicado no território, adiantou a comunidade intermunicipal.
“Os custos associados à gestão, o risco decorrente dos incêndios florestais e o longo período de retorno do investimento efetuado, são muitas vezes indicados pelos proprietários como os motivos para não investirem na floresta”, apontou a CIMAT, realçando ser “fundamental encontrar formas de valorização de produtos e serviços associados à floresta, para além do valor da madeira”.
Para encontrar soluções que
permitam “minimizar os custos de gestão e
descobrir alternativas à queima de sobrantes” a CIMAT revela ter concluído
a primeira fase do projeto que permitiu a produção de 30m3 de estilha em
alternativa à queima.
“A primeira fase desta atividade já foi concluída, na qual o Município
de Ribeira de Pena e a CIMAT definiram os locais para a gestão de combustíveis
e mobilizaram a Brigada da CIMAT para a execução das ações de gestão de
combustíveis com a produção de 30m3 de estilha em alternativa à sua queima”.
Este material, a estilha, foi posteriormente recolhida pela Resinorte, empresa responsável pelo tratamento e valorização de resíduos, que “irá agora ser incorporada no processo de tratamento dos biorresíduos”. A CIMAT espera agora conhecer “qual a dimensão mais adequada da estilha a utilizar no processo, que custos lhe estão associados e em que locais do território se pode replicar esta solução” apontando para a instalação de ecopontos florestais.
A floresta representa 70% da
superfície do território do Alto Tâmega e Barroso com uma área de 203 mil
hectares.
Segundo o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), existe uma ‘’vasta’’ utilização de biomassa florestal energética e de biomassa florestal residual, sobrantes de exploração, na produção de energia, sendo que o setor da biomassa para fins energéticos tem vindo a registar “um forte desenvolvimento, com um aumento da produção de energia elétrica à escala nacional”.
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