Foi durante o combate a um incêndio, que deflagrou em agosto deste ano na localidade de Lamas, que Amílcar Almeida exigiu a construção de um reservatório de água no concelho para ajudar no combate a incêndios. Pouco tempo depois, o autarca voltou a apelar à concretização de um aproveitamento hidroagrícola, na zona da Padrela, para fazer face às necessidades do sector primário.
Esta exigência do Presidente da Câmara Municipal de Valpaços abriu a sessão de apresentação da versão provisória do Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Douro (RH3) que foi debatido na Casa do Vinho do concelho na quinta-feira, 15 de setembro.
Para o autarca valpacense, “o futuro do nosso concelho depende da agricultura e esta por sua vez precisa de água. Temos um cabaz de produtos de excelência de altíssima qualidade, mas precisamos de pensar na sua sustentabilidade a longo prazo”, referiu afiançando que o Município está disposto a financiar 10% do empreendimento, conforme já defendido diante do Governo.
O empreendimento, a ser construído entre as localidades de Tazém e Cabanas, localidades com grandes investimentos agrícolas, está orçado em cerca de 18 milhões de euros e permitiria fazer chegar a água por gravidade a cinco freguesias importantes na produção de castanha, azeitona, amêndoa, maçã e de outros novos produtos, como goji e o mirtilo.
A questão da seca este ano, o segundo mais seco desde que há registos, em 1931, foi o tema central do debate, bem como uma estratégia urgente para a eficiência no consumo de água.
Pimenta Machado, vice-presidente da Associação Portuguesa do Ambiente diz-se preocupado com as perdas de água e alertou assim, para uma mudança de atitudes de forma a fazer uma gestão mais eficaz da água.
Também a Diretora Regional de Agricultura e Pescas do Norte, Carla Alves, vincou que, recentemente, foram abertos apoios, numa dotação de 16 milhões de euros, para os agricultores construírem charcas. No Norte foram aprovados 104 dos 230 projetos. “Mas isto não chega e, por isso, é preciso apostar em culturas que gastem menos água”.
Os PGRH são instrumentos de planeamento das águas preconizados pela Diretiva Quadro da Água (DQA), transposta pela Lei da Água, que visam a gestão, a proteção e a valorização ambiental, social e económica das águas ao nível da bacia hidrográfica. São elaborados por ciclos de planeamento, sendo revistos e atualizados de seis em seis anos.
A versão provisória dos Planos de Gestão de Região Hidrográfica (PGRH) encontra-se em processo de consulta pública até 31 de outubro de 2022.
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