História de Cambedo chega aos palcos por companhia de teatro barcelense
A história da aldeia de Cambedo da Raia, no concelho de Chaves, atacada por forças policiais e militares que procuravam espanhóis que fugiram da ditadura franquista, serviu de enredo para o espetáculo “Cambedo 1946”, uma peça do Teatro de Balugas, companhia com sede na freguesia de Balugães, no concelho de Barcelos.
A peça foi levada a palco na
noite de sábado, 27 de setembro, no Theatro Gil Vicente, em Barcelos.
Trata-se do primeiro espetáculo
da segunda trilogia desta companhia barcelense, com texto e encenação de
Cândido Sobreiro.
A obra retrata a aldeia raiana de
Cambedo da Raia que, em 1946, na conjuntura da guerra de Espanha, foi cercada
por forças repressivas de ambas as ditaduras ibéricas e bombardeada com
morteiros. O resultado foi gente morta, ferida e presa pela PIDE.
Esta aldeia integrou um corredor
de salvamento de quem fugia da repressão golpista na Galiza. A sua população
acolheu refugiados, alguns dos quais viriam a enquadrar grupos de guerrilheiros
que combatiam o franquismo.
O ator galego António Vasquez
Turnes do Andaravia Teatro participou neste espetáculo, que teve entre o
público cerca de 20 pessoas da aldeia de Cambedo, no concelho de Chaves.
A história de solidariedade e
resistência foi agora recuperada e partilhada em palco.
A Junta de Freguesia de Vilarelho da Raia agradeceu ao Teatro de Balugas a apresentação do espetáculo.
“Uma encenação intensa e
emocionante, que trouxe até nós uma história marcante da nossa terra, da nossa
memória e da nossa identidade coletiva. Obrigado a todo o elenco e equipa
técnica pelo trabalho, dedicação e pela forma como fizeram reviver este
episódio tão significativo da nossa história. Foi uma noite de cultura,
reflexão e partilha que ficará na memória de todos. Que venham muitos mais
momentos assim, em que a arte se cruza com a nossa história e nos une como
comunidade”, escreveu esta Junta de Freguesia na rede social Facebook.
Também a companhia de teatro
reagiu destacando que a noite de espetáculo fica na “memória”.
“Ontem, ‘Cambedo 1946’ foi
real, feito de gente, terra e luta, dos antigos e de agora, de um futuro que
não pode esquecer-se do passado”.
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