A leitura do acórdão estava
marcada para esta terça-feira, 17 de junho, mas foi adiada para, e segundo a Agência
Lusa, o coletivo de juízes voltar a ouvir as declarações do arguido, porque as
gravações da última sessão do julgamento ficaram inaudíveis.
O caso remonta a 03 de agosto de
2024, quando Luís Silva de 55 anos, militar na reserva desde 15 de julho do
mesmo ano, entrou pelas 19h00 no Posto de Trânsito de Chaves, onde se
encontrava apenas um guarda, e realizou, pelo menos, 11 disparos até ser
imobilizado por esse mesmo elemento da GNR, conforme a acusação do Ministério Público
(MP).
O guarda recebeu tratamento
médico no hospital, esteve de baixa, mas já regressou ao serviço naquele posto.
O militar julgado encontra-se atualmente no hospital prisional em Caxias.
Segundo o Ministério Público
(MP), o arguido colocou uma mistura inflamável de cor amarela, contendo
gasolina, no interior de várias garrafas de plástico e vidro e mechas no
gargalo, improvisando engenhos de características muito semelhantes aos que
permitem iniciar e atear fogo, vulgarmente conhecidos como 'cocktail molotov'.
Refere ainda o MP que no seu
carro tinha ainda, entre outros, um machado, um cutelo, um martelo, rolo de
fita castanha, isqueiros e munições e quando entrou no posto levava um revólver
e um isqueiro. “Na sua casa foram, posteriormente, encontradas mais munições de
vários calibres. Como militar da GNR encontra-se isento de licença de uso e
porte de arma”.
O arguido antes da passagem à
reserva terá efetuado várias queixas ao MP e à instituição Guarda relacionadas
com o posto onde exerceu funções pelo menos durante 20 anos.
O MP considera que o arguido
atuou de modo livre e deliberado e que era portador de uma perturbação
delirante crónica, no entanto, diz que é inimputável, com risco de perigosidade
para si e para terceiros.
Sara Esteves
Foto: Carlos Daniel Morais
Sociedade