Chaves em vigília em solidariedade pela Palestina


Um grupo de pessoas iniciou esta terça-feira, 20 de maio, uma ação de vigília, junto à Praça de Camões, no concelho de Chaves, para consciencializar a comunidade para “a guerra e o genocídio” na Palestina.

Em solidariedade com este povo, o grupo de ‘manifestantes’ concentra-se todos os dias, pelas 21 horas, junto a esta praça e leva panelas e pratos vazios para simbolizar a fome, disse Paula Chaves, promotora desta vigília.

É uma vigília em silêncio em que levamos pratos e panelas vazios, para simbolizar precisamente a fome e há um momento, em que batemos com esses pratos no sentido de fazer lembrar que não estão sozinhos e de fazer barulho para que quem passa [na rua] fique consciente da causa”.

Paula Chaves disse ao Canal Alto Tâmega que a realização da iniciativa, a título individual, foi pensada há algum tempo, mas a decisão de avançar com a vigília surgiu após as últimas notícias e da interrogação da filha de nove anos sobre a Guerra.

“De facto, estas últimas notícias da proibição da entrada dos camiões para a Faixa de Gaza e havendo o risco de várias centenas de crianças virem a morrer nas próximas 48 horas fizeram-me tomar uma decisão de tentar organizar este tipo de vigília”.

Esta flaviense disse ainda que as perguntas da filha também a levaram a dinamizar estas vigílias. “Perante a passagem da notícia nos televisores dos jornais, a minha filha mais velha perguntou-me, mas porque é que aquelas crianças estão a bater com aqueles pratos, ao qual lhe disse que não têm comida e há uns camiões que não conseguem entrar. Ela respondeu então não vai lá a polícia deixar entrar os camiões? Fiquei sem resposta para uma criança de nove anos”, referiu Paula Chaves que entendeu fazer “a sua parte” e “não ficar indiferente”.

Junto à autarquia flaviense, o grupo permanece nesta praça num movimento de solidariedade e de alerta pela instauração de um cessar-fogo duradouro.

“É na Praça de Camões não pela Câmara Municipal, e por sentido político, porque ultrapassa, mas no sentido de alertar para os Direitos Humanos, e no sentido de consciencializar algumas pessoas que sairiam da igreja depois da missa no mês de maio, juntado mais pessoas para a causa”.

A iniciativa em Chaves, parte hoje para o segundo dia e, de acordo com Paula Chaves, o objetivo é “fazer barulho no sentido de cada vez mais os nossos políticos, porque são esses depois que podem exercer alguma pressão, e vai haver uma tomada de posse do novo Governo que se pretende que assumam uma posição perante isto que se está a passar nem que não seja, reconhecendo que o Estado da Palestina é um Estado de Direito”.

Enquanto organizadora desta iniciativa, reconhece a necessidade de exercer pressão junto “de quem tem poder de decisão, de persuasão e influência”.

“Queremos com isso, exercer alguma pressão e de se fazer aqui alguma justiça e trabalhar no cessar-fogo como deve ser, sabendo de antemão que esta Guerra não tem um fim à vista e está para durar algum tempo e até poderá assumir outros contornos”.

Paula Chaves recorda que se trata de um problema relacionado com Direitos Humanos e da sobrevivência de pessoas e que as ações de vigília irão continuar sem um fim previsto, tal como a Guerra no Médio Oriente.

Sara Esteves


21/05/2025

Sociedade


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