Aparelho de TAC no hospital de Chaves com constrangimentos


O equipamento de exames de TAC do hospital de Chaves está com alguns constrangimentos há duas semanas, disse hoje fonte do sindicato dos técnicos de emergência pré-hospitalar. Segundo a ULSTMAD, o impacto deve-se à instalação de um Centro de Diagnóstico e Intervenção Cardiovascular que inclui a instalação de um novo equipamento de TAC, operação que deverá ficar concluída a 26 de maio.

O Presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-hospitalar (STEPH), Rui Lázaro, disse hoje ao Canal Alto Tâmega que há duas semanas que o equipamento de exames de Tomografia Axial Computorizada (TAC) do hospital de Chaves está com alguns constrangimentos, obrigando os utentes a uma deslocação à unidade hospitalar de Vila Real.

O representante deste sindicato disse que foi alertado após uma suspeita de AVC [Acidente Vascular Cerebral] ter sido encaminhada para esta unidade e não terá realizado o exame de diagnóstico devido a “constrangimentos na máquina de TAC”.

“A nossa equipa foi alertada pelos profissionais de saúde do hospital que havendo constrangimentos na máquina de TAC não podia receber doentes AVC porque, não podia confirmar o diagnóstico e o doente acabou por ser encaminhado para Vila Real”, referiu o Presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-hospitalar.

Rui Lázaro lamenta o sucedido, nesta Unidade Local de Saúde (ULS) que presta resposta em ‘Via Verde AVC’ e acusa a direção da ULS de Trás-os-Montes e Alto Douro de não comunicar este alegado constrangimento ao Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU).

Não é aceitável que a direção executiva ou a Unidade Local de Saúde não informem a central do INEM, que é quem tem responsabilidade de encaminhar todos os doentes urgentes em território nacional, dos constrangimentos e das valências que cada hospital tem para puderem encaminhar os doentes no menor espaço de tempo possível para a unidade que vai fazer o tratamento definitivo”, salienta o Presidente da STEPH que aponta motivos políticos.

“Não me lembro outra coisa que não seja, a direção executiva de tentar esconder constrangimentos, principalmente nesta fase eleitoral”.

O sindicalista adianta ainda que o encaminhamento de uma suspeita de AVC para o hospital de Vila Real, que dista perto de 70 quilómetros, coloca em risco o utente, uma vez que “sendo uma suspeita de AVC, a janela de tempo para se puder fazer uma intervenção imediata, e tentar evitar que a vítima fique com sequelas, é relativamente curta”.

Segundo o Canal Alto Tâmega tentou apurar, os alegados constrangimentos decorrem na unidade de TAC, nomeadamente na realização de TAC`s com contraste, técnica utilizada para efetuar um diagnóstico de AVC.

Fonte do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte (STFPSN), disse ao Canal Alto Tâmega que o aparelho de TAC esteve em funcionamento pelo menos na sexta-feira, 09 de maio, havendo sim constrangimentos devido à instalação de um novo aparelho.

ULSTMAD ESTÁ A INSTALAR UM CENTRO DE DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO CARDIOVASCULAR QUE INCLUI A INSTALAÇÃO DE UM NOVO EQUIPAMENTO DE TAC

Contactado pelo Canal Alto Tâmega, a Unidade Local de Saúde de Trás-os-Montes e Alto Douro referiu que “está atualmente a decorrer, no âmbito do Programa de Modernização Tecnológica do Serviço Nacional de Saúde (SNS), financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a instalação de um Centro de Diagnóstico e Intervenção Cardiovascular (Cardiologia, Radiologia e Cirurgia Vascular). Este projeto contempla duas salas interligadas, permitindo otimizar recursos e potenciar sinergias entre diversas especialidades médicas. Este investimento, que ronda os 4 milhões de euros, inclui a instalação de um novo equipamento de Tomografia Axial Computorizada (TAC) na Unidade Hospitalar de Chaves, cuja conclusão está prevista para o próximo dia 26 de maio”.

Esta Unidade Local esclarece ainda que para assegurar a continuidade da atividade programada durante este período transitório, “o Conselho de Administração estabeleceu um protocolo com o Hospital Privado de Chaves, situado a aproximadamente 450 metros da Unidade Hospitalar de Chaves”, que “garante a realização de exames programados, decorrendo as marcações e respetivos procedimentos com normalidade”. A ULSTMAD explica ainda que “adicionalmente na Unidade Hospitalar de Vila Real, foi reforçada a capacidade operacional dos dois aparelhos de TAC existentes, aumentando a capacidade de resposta às solicitações programadas”.

No que respeita à atividade urgente, “todas as situações que necessitam de exame TAC estão a ser asseguradas através de duas vias possíveis: realização no Hospital Privado de Chaves ou encaminhamento direto para a Unidade Hospitalar de Vila Real, mediante avaliação clínica prévia”. A ULS refere que “há também uma articulação estreita com o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), permitindo uma gestão eficiente e eficaz das situações clínicas mais sensíveis, garantindo, desta forma, uma resposta atempada e segura”.

Para minimizar o impacto desta intervenção técnica, foram implementadas medidas adicionais de apoio como o “alargamento do horário da Secretaria do Serviço de Radiologia até às 20h00 (cumprido em regime normal); realização de turnos extraordinários nos sábados (dias 10, 17 e 24 de maio), com equipas reforçadas por um técnico superior de diagnóstico e terapêutica, um enfermeiro, um assistente operacional e um administrativo”, esclarece a ULSTMAD, em resposta ao pedido de esclarecimento.

Sara Esteves

Foto: Carlos Daniel Morais


14/05/2025

Sociedade


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