CDU de Chaves diz que criação da ULS do Alto Tâmega e Barroso abre portas para a privatização
Denúncia foi apresentada em reunião de Assembleia Municipal pelo deputado municipal da CDU, Manuel Cunha.
A CDU de Chaves, representada
pelo deputado municipal, Manuel Cunha, voltou a mostrar desagrado com o modelo
proposto de criação da Unidade Local de Saúde do Alto Tâmega e Barroso previsto
pela Ministra da Saúde e desejado por todos os presidentes dos concelhos, que
integram esta Comunidade Intermunicipal.
Durante intervenção na última
reunião de assembleia municipal, de 18 de dezembro, Manuel Cunha disse que a
decisão de criar a Unidade Local de Saúde (ULS) do Alto Tâmega e Barroso
independente da atual ULS de Trás os Montes e Alto Douro “não vai resolver
nenhum problema da Unidade Hospitalar de Chaves, nem dos Centros de Saúde de
Chaves”.
Para o deputado municipal e
médico neste centro hospitalar, “separar funcionalmente a Unidade Local de
Saúde de Trás-os-Montes e retirar a Unidade Local do Alto Tâmega é mau para
todos, é mau para a saúde em todo Trás-os-Montes e vai abrir as portas para a
privatização da Unidade Hospitalar de Chaves”, refere.
“A CDU que se opõe aos
negócios privados da medicina, denuncia que é impossível uma solução de uma
Unidade Local de Saúde do Alto Tâmega e Barroso que não passe pela privatização
de serviços, de funções e talvez até do próprio hospital, o que não vem responder
a nenhuma necessidade de saúde destas populações, nem ao reforço do Serviço
Nacional de Saúde”, salientou afirmando que as necessidades principais
estão relacionadas com “recursos humanos, investimento, carreiras
profissionais para todos os grupos, só assim se pode tentar inverter um
processo de extinção do Serviço Nacional de Saúde”, terminou por dizer.
Nas intervenções também Nelson
Montalvão, deputado do PSD, revelou que aguardam o modelo de financiamento e
refere que o PSD está convicto que o modelo de ULS do Alto Tâmega será bom para
as populações, embora admita que os alertas de Manuel Cunha sejam tomados em
conta.
Já Nuno Vaz revela que “mais
importante que o modelo de organização, e o instrumento de gestão, é depois
saber se uma nova organização tem mais capacidade de prestar serviços médicos
de melhor qualidade e equidade, por isso não me vou centrar no modelo, mas
naquilo que é a capacidade de resposta” frisou o Presidente da Câmara
Municipal de Chaves.
Nuno Vaz disse que no âmbito da
Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e Barroso recomendou a contratação de
um perito especialista na matéria para dar contributos na carteira de serviço
de saúde.
“Mais importante do que ULS
seja criada é a forma como será criada”, referiu apontado ser necessário
“garantir que na área médica existem uma resposta ao nível das várias
especialidades mais abrangente e ao nível da que existe hoje na ULS de Trás os
Montes e Alto Douro, é importante garantir que a urgência médico cirúrgica
passe a cumprir os parâmetros técnicos daquilo que é uma urgência médico
cirúrgica e é essencial que na área cirúrgica haja uma aumento daquilo que é a
capacidade de intervenção”, destacou.
Os autarcas da região não se
reviam no modelo de ULS de Trás-os-Montes e Alto Douro, e por várias vezes
manifestaram esse desagrado junto da tutela. Recentemente a ministra da Saúde,
Ana Paula Martins, anunciou a criação da Unidade Local de Saúde do Alto Tâmega
e Barroso, no âmbito do debate na especialidade do Orçamento de Estado.
A Unidade Local de Saúde de Trás-os-Montes e Alto Douro, com sede em Vila Real, foi criada por integração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), que agrega os hospitais de Vila Real, Chaves e Lamego, os Agrupamentos de Centros de Saúde do Alto Tâmega e Barroso, do Douro I – Marão e Douro Norte e do Douro II – Douro Sul.
Sara Esteves
Foto: Carlos Daniel Morais
19/12/2024
Sociedade
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