O empresário português Mário
Ferreira, dono da Douro Azul e acionista da Media Capital, reforçou a
participação acionista na Savannah Resources alcançando os 10% do capital
social da empresa que quer explorar lítio na mina do Barroso, em Boticas.
De acordo com um comunicado,
divulgado esta quarta-feira pela Savannah, Mário Ferreira consolidou a sua
posição como terceiro maior acionista da empresa e o maior a título
individual.
Segundo Savannah Resources,
empresa cotada na Bolsa de Londres, este investimento “vem na senda de
outros, feitos durante o ano de 2024, e que contribuem para que a Savannah Resources
tenha cada vez mais uma forte base de acionistas nacionais”.
A proprietária do projeto prevê
iniciar a produção em 2027.
“O apoio crescente do Dr. Mário Ferreira e
de cada vez mais acionistas portugueses, demonstrado pelo crescimento constante
da participação portuguesa na Savannah ao longo deste ano, é para nós uma boa
notícia, e reforça o nosso sentido de responsabilidade”, afirmou o CEO da
Savannah Resources, citado em comunicado.
Emanuel Proença referiu ainda que
“todos [os investidores] estão a depositar a sua confiança em nós para
participar no sucesso futuro da empresa, e com ela na construção de uma fileira
em que Portugal será decisivo para a construção de uma Europa mais competitiva,
tecnológica e sustentável”.
A Savannah disse que tem já acima
de 25 investidores diferentes com quem tem contacto direto, além de outros
investidores de retalho.
Emanuel Proença refere ainda que
“a Savannah é cada vez mais portuguesa no terreno também, sendo que a sua
contribuição para a economia e também para os esforços Europeus de transição
energética é cada vez mais clara”.
O presidente do grupo Mystic
Invest/ Douro Azul e proprietário da Pluris Investments, que é a maior
acionista da Media Capital, disse querer contribuir “para uma economia cada
vez mais sustentável, em todas as suas frentes”, pelo que, e depois de “um
criterioso processo de avaliação, entende ser a Savannah Resources, o parceiro
com o qual pretende corporizar um “compromisso com o ambiente e a sociedade.”
A mina do Barroso, cuja área de
concessão prevista é de 593 hectares, tem uma duração estimada de 17 anos, dois
para instalação, 12 para produção e três para recuperação paisagística de toda
a área.
O projeto localiza-se em área
classificada como Património Agrícola Mundial. A região do Barroso, que abrange
os concelhos de Boticas e Montalegre, mereceu em abril de 2018 a certificação
do Sistema Agro-Silvo-Pastoril do Barroso como SIPAM, atribuída pela
Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). O projeto
de exploração de lítio e outros minerais a céu aberto é contestado pela
população, autarcas locais e também por associações ambientais.
Sara Esteves
Foto: @mario.ferreira.oficial
Economia