Turismo: Alto Tâmega e Barroso bateu recorde de dormidas em 2023


Segundo o mais recente relatório do Instituto Nacional de Estatística (INE), o Alto Tâmega e Barroso registou 377 mil dormidas em 2023, representando um aumento de 24%, em relação a 2022, superando o anterior recorde.

“É aqui que eu gosto de estar” tem sido uma das frase-chave para a promoção do território do Alto Tâmega e Barroso. A constatar pelos números recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), sobre as dormidas, os visitantes têm também aprovado os atrativos do território.

A região registou 377 mil dormidas em 2023, representando um aumento de 24%, em relação a 2022, superando o anterior recorde.  Boticas (14.600 dormidas); Chaves (206.800 dormidas); Montalegre (20.600 dormidas); Ribeira de Pena (41.700 dormidas); Valpaços (7.700 dormidas); Vila Pouca de Aguiar (26.800 dormidas).

“Este números de alguma forma consolidam o Alto Tâmega e Barroso como um sub-destino dentro do destino da região Norte que foi por sinal, a região das cinco NUTS portuguesas que mais cresceu a nível nacional e para nós, é uma grande satisfação perceber que todo o trabalho desenhado em 2018, e que assentou na capacitação dos atores, na organização do produto turístico e na promoção integrada que fazemos em permanência e que é consubstanciada pelo Posto de Turismo supramunicipal e na participação em feiras, ajuda a que o território seja cada vez mais procurado”, revelou o Primeiro Secretário da Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e Barroso (CIMAT). 

Ramiro Gonçalves refere que o número reportado pelo INE deverá ser superior, uma vez que, não são contabilizadas as dormidas em estabelecimento com menos de 10 quartos. “Há muita gente que fica em alojamentos abaixo de 10 quartos e nós temos muito turismo rural, de habitação e alojamento local e essas pessoas, não estão contabilizadas nestes números do INE, o que nos leva a pensar que o número de 377 mil dormidas é muito abaixo do que terá sido a realidade”, apontou.

HOTELARIA DA REGIÃO FATUROU PERTO 24 MILHÕES DE EUROS EM 2023

Além do aumento no número de dormidas, o Alto Tâmega e Barroso consegui um proveito de quase 24 milhões de euros na hotelaria.

“Não só tivemos mais turistas como também, o valor económico que foi reportado pelo INE relativamente à atividade também ele subiu. Na hotelaria temos uma verba de 24 milhões de euros faturados, em relação ao ano anterior, uma subida de 10%. Estimamos que a restauração, a hotelaria e a parte experiencial, ligada àquilo que é a atividade dos turistas, o valor global no Alto Tâmega e Barroso aproxima-se dos 72 milhões de euros por ano”, salientou Ramiro Gonçalves.

RIBEIRA DE PENA FOI O CONCELHO DA REGIÃO QUE MAIS CRESCEU EM DORMIDAS

O segundo destino mais procurado no Alto Tâmega e Barroso a seguir a Chaves é Ribeira de Pena com quase 42 mil dormidas. “Significa que o desporto aventura e a presença de uma unidade hoteleira em Ribeira de Pena também está a trazer um contributo muito importante para consolidarmos esta nossa oferta integrada de turismo da região”.

“Vemos isto com muita expectativa em relação a 2024 e temos mais expectativa em relação a 2025 porque vão abrir vários novos ativos no território, como a pista de sky indoor que será aberta em Ribeira de Pena; as piscinas de água termal ao ar livre em Chaves e um conjunto de unidades hoteleiras, e, portanto, teremos um novo conjunto de atrativos que trarão pessoas ao território, com motivos novos. Temos ainda outras atividades que contribuem de forma muito relevante, como os eventos ligados ao misticismo em Montalegre, as provas de desporto, como desporto motorizado, golfe em Vidago, hipismo em Pedras Salgadas. No domínio da capacitação temos uma escola de Hotelaria e Bem-Estar do IPB [Instituto Politécnico de Bragança] que dá e dará mais um incremento”.

HÁ CADA VEZ MAIS NORTE-AMERICANOS A ESCOLHER O ALTO TÂMEGA E BARROSO

O crescimento deste território do interior do país assenta, segundo o Primeiro Secretário da CIMAT, em características como “qualidade”; “identidade” e “oferta de ativos turísticos”.

“Temos alojamento e restauração com muita qualidade e na verdade, julgo que conseguimos aliar três ou quatro variáveis muito importantes. Mantemos a identidade e depois temos muitos ativos turísticos. Na verdade, temos 264 pontos de especial interesse turístico divididos em sete subprodutos”, onde se destaca o património, a natureza, o desporto, aldeias e tradições e eventos culturais.

“Uma das principais dificuldades que nós tínhamos, e ainda temos, é sazonalidade do nosso turismo, que funciona muito bem entre abril e outubro e entre quarta-feira e domingo”, revela Ramiro Gonçalves destacando que o desafio passa por garantir um turismo mais distribuído ao longo do ano e da semana, com a aposta em novos públicos.

Os mercados que procuram a região são o português, espanhol, sobretudo oriundo da Galiza, mas também de Castela e León, e Madrid, mas também o mercado norte-americano. “O mercado norte-americano começa a aproximar-se dos números do mercado francófono, o que é muito interessante porque estamos a atrair turísticas com uma capacidade e um poder de compra superior àquilo de há cinco 10 anos atrás e isso é bom”, aponta.

Entre os ativos que mais trazem pessoas à região estão o termalismo, a Estrada Nacional 2, o caminho português interior de Santiago, entre outros, distribuídos pelos seis concelhos da região.

Como estratégia para a promoção do Alto Tâmega e Barroso, a CIMAT vai marcar presença em janeiro, pela primeira vez, na FITUR em Madrid, considerada uma das maiores feiras de turismo, continuar com a participação em feiras a nível nacional e regional e será mantida a geração de conteúdos e consolidação de projetos na área digital. Em março de 2025, a CIMAT irá concretizar a segunda edição do Fórum do Turismo do Alto Tâmega e Barroso, onde será também realizada a abertura do AquaNatur Palace, em Chaves.

Sara Esteves

Fotos: Carlos Daniel Morais


19/11/2024

Sociedade


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