Foi publicada na quinta-feira, 07
de novembro, em Diário da República uma Resolução da Assembleia da República na
qual recomenda ao Governo a aprovação do Plano Ferroviário Nacional.
Entre as várias medidas
recomendadas, o Parlamento apela ao Governo, que mantenha neste Plano, o
alargamento da Rede Ferroviária Nacional aos Centros Urbanos Regionais,
definidos no Plano Nacional de Políticas de Ordenamento do Território (PNPOT),
que inclui todas as antigas capitais de distrito, que concretize os projetos de
expansão da rede ferroviária já em execução e que estabeleça como objetivo que
toda a rede ferroviária esteja eletrificada e dotada de sistema automático de
controlo de comboios até 2030.
A resolução contempla ainda, a
necessidade de estabelecer que "todos os portos e fronteiras estejam
acessíveis a comboios de mercadorias de, pelo menos, 750 m de comprimento"
e sugere "a criação de uma rede de terminais rodoferroviários que
garanta acesso adequado às áreas metropolitanas, zonas de maior concentração
industrial e principais nós da rede ferroviária".
No que diz respeito à Linha do
Corgo, que atravessa Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Vila Real, Vila
Pouca de Aguiar e Chaves, a resolução refere que o Plano Ferroviário Nacional
deve ainda prever, “pendente de análise de viabilidade e pertinência”, o
estudo de várias ligações e caminho-de-ferro, nomeadamente a Ligação Chaves -
Vila Real - Régua (Linha do Corgo).
Para o ‘Via Estreita’, página
dedicada às quatro Vias Estreitas da Malha Ferroviária do Douro (Tâmega, Corgo,
Tua, Sabor), “nada está decidido efetivamente sobre a Reabertura da Linha do
Corgo. O PFN, apresentado em 2022, é um conjunto de obras consideradas, após
duas consultas públicas, como prioritárias para o país, e não uma promessa
política de que todas vão ser feitas. Esta Resolução também não representa,
ainda, um garante de que se chegue sequer à fase de estudo de reabertura
integral da Linha do Corgo. Mas, que fique bem claro também que a Reabertura
integral da Linha do Corgo é um objetivo que está neste momento a ser
considerado ao mais alto nível político e governativo, algo que há meia dúzia
de anos atrás era impensável, e que continua a sê-lo para muitos outros troços
ferroviários encerrados em Portugal”, referem os responsáveis por esta página.
A reativação da linha ferroviária
do Corgo, entre Peso da Régua e Chaves, com uma extensão de 96 quilómetros,
está em petição pública desde 31 de janeiro de 2024, no portal da Assembleia da
República, tendo já recolhido 560 assinaturas.
A Linha do Corgo atravessa Peso
da Régua, Santa Marta de Penaguião, Vila Real, Vila Pouca de Aguiar e Chaves e
serve diretamente as cidades do Peso da Régua, Vila Real, e Chaves, e as vilas
de Vila Pouca de Aguiar e de Vidago, com um total de 30 estações, distribuídas
ao longo de 21 freguesias e servindo um total de 66 mil cidadãos.
Foto: Via Estreita
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