Autarca de Chaves considera o acesso a fundos europeus por parte das freguesias um “primeiro passo de um caminho futuro”


O Presidente da Câmara Municipal de Chaves revelou que intenção do Governo em permitir que as freguesias acedam diretamente a fundos europeus é “importante”, mas teme que o valor que será alocado seja insuficiente.

“Temo que os 120 milhões sejam insuficientes, porque se dividirmos por cerca de 3.800 freguesias, o valor final é bastante baixo, mas é um princípio e o primeiro passo de um caminho futuro e, portanto, vejo isso como um aspeto positivo, ainda que possa vir a precisar de um incremento significativo”, revelou Nuno Vaz, à margem da sessão de inauguração da Feira dos Santos em Chaves, onde também marcou presença, o Secretário de Estado das Autarquias Locais e Ordenamento do Território.

Hernâni Dias referiu que o Governo está a trabalhar num projeto para que, as Juntas de Freguesia passem a ser elegíveis a fundos da União Europeia, no próximo quadro comunitário Portugal 2030, com financiamento a 85%.

“É um trabalho que estamos neste momento a fazer para conseguirmos ir buscar dinheiro, que não estava previsto para este programa, mas que temos de ir procurar, para pudermos colocar, à volta de 125 milhões de euros, para nos próximos anos, alocar a este financiamento das freguesias”, disse o Secretário de Estado em Chaves. O governante prevê que este projeto inicie em 2025, sendo que estão a ser definidas as áreas onde as freguesias poderão ir buscar financiamento.

Durante a sessão de inauguração do evento, o autarca flaviense referiu ser importante que o Estado prossiga com o processo de descentralização e abordou ainda a importância da revisão da lei das finanças locais.  

“Precisamos que a lei das finanças locais possa financiar investimento, e não apenas despesas correntes, porque, acabando os financiamentos comunitários, os municípios não terão condições financeiras nem sequer para fazerem a manutenção de muitas estruturas e edifícios que têm”, apontou Nuno Vaz apelando a uma diferenciação na distribuição dos fundos pelos territórios, sobretudo os do interior do país.

O Secretário de Estado das Autarquias Locais adiantou que “no próximo Quadro Comunitário 2030 na parte da atividade económica, pelo menos 40% de todo o bolo destinado à atividade económica do país, será destinado para os territórios de baixa densidade, acrescentando assim, 10% aos 30%”.

O governante, com a pasta das autarquias locais, acrescentou que o Governo tem “ainda um acréscimo, uma majoração de 20 pontos percentuais para as empresas que vierem instalar-se em territórios do interior”.

Nuno Vaz disse também ser preciso “criar novos mecanismos de simplificação na parte do ordenamento do território, ambiental e das florestas porque, não podemos estar à espera três anos para aprovarem um projeto porque esse não é o tempo das empresas”.

Sob a revisão da lei das finanças locais, o Secretário de Estado revelou que está “tudo preparado para dar início à revisão de forma a que, “em 2025, provavelmente já no próximo mandato autárquico, os novos autarcas que vierem a assumir funções depois das eleições tenham já a possibilidade de contar com uma nova lei de forma a governarem os seus municípios e freguesias”.

“O grupo de trabalho está neste momento a ser nomeado para iniciar funções, será acompanhado por um grupo de trabalho mais técnico, no sentido de pudermos corrigir aquilo que tem vindo a ser reclamado pela Associação Nacional de Freguesias, pela Associação Nacional de Municípios Portugueses”.


Sara Esteves

Fotos: Carlos Daniel Morais


31/10/2024

Economia


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