A Junta de Freguesia de Covas do
Barroso, no concelho de Boticas, submeteu na segunda-feira, 5 de fevereiro, a
candidatura dos baldios desta localidade a Património Cultural Imaterial. O
processo está agora em fase de avaliação.
“O documento está feito e
aguardamos com muita esperança que consigamos ‘luz verde’ do Instituto de
Património Cultural”, revelou ao Jornal de Chaves, Lúcia Dias Mó,
presidente da Junta de Freguesia de Covas do Barroso.
A comunidade de Covas do Barroso
juntou-se a uma start-up socioambiental de Bragança para este reconhecimento,
tendo contado com o apoio de Júlio Rego, responsável pelo trabalho de
inventariação para a salvaguarda dos baldios de Covas do Barroso.
“Ele interessou-se pelo
assunto que é conhecido, pela mina do Barroso, e achou que deveria fazer um
inventário do património imaterial que seria muito interessante para ficarmos
com um documento completo sobre a região porque há coisas que não estão
documentadas”, disse ainda a presidente de Covas do Barroso.
Os baldios de Covas do Barroso
representam uma prática social de governança comunitária associada ao uso de um
espaço natural para o desenvolvimento de atividades agro-silvo-pastoris. A
prática social dos baldios moldou a cultura local e a paisagem, ao longo das
gerações, no seu quotidiano de vivência em simbiose com a natureza. Segundo os
promotores, ela é provedora de segurança alimentar e bem-estar social, mas
também de identidade através de memórias, provérbios e histórias da vida nos
baldios.
“Os baldios são uma mais valia
para a população e freguesia. Dos baldios saem muito lucro e termos um
documento que mostre realmente o benefício que o baldio dá à população é muito
bom”, concluiu a Junta de Freguesia.
O trabalho de inventariação para
a salvaguarda dos baldios de Covas do Barroso teve o apoio da Câmara Municipal
de Boticas. A candidatura será avaliada pelo Instituto de Património Cultural e
será submetida a consulta pública.
Sociedade