Auto Viação do Tâmega critica arranque “deficitário” do novo operador de transportes
Empresa, que operou nos últimos anos na região do Alto Tâmega a Barroso, apontou hoje falhas ao novo operador de transportes da região como “a ausência de sistema de bilhética a bordo”.
A empresa Flavimobil, nova
concessionária do transporte público rodoviário de passageiros da região do
Alto Tâmega e Barroso, entrou em atividade esta segunda-feira em Montalegre,
depois de ter ganho o concurso público internacional, lançado, em 2021, pela
Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e Barroso (CIMAT), autoridade dos transportes
da região.
Nos últimos anos, a concessão de
transporte regular de passageiros estava a ser executada pela Auto Viação do
Tâmega (AVT), empresa que apontou hoje falhas ao arranque da operação,
realizado “de forma deficitária” em
Montalegre.
Em comunicado, a empresa, com
sede em Chaves, admite que “aceitou
assegurar o transporte público rodoviário de passageiros na Comunidade Intermunicipal
do Alto Tâmega e Barroso até 31 de dezembro”, acordo que diz ter assumido “com base na importância deste serviço para
comunidade que serve há quase 80 anos”, alertando que se intensifica a “profunda preocupação” com a concessão.
“As características do arranque da operação de transporte regular de
passageiros em Montalegre, que teve lugar hoje, são prova da incapacidade
reiterada da nova concessionária em dar resposta às especificidades do concurso
que ganhou”, revelou a Auto Viação do Tâmega acusando o novo operador
espanhol de “ausência de sistema de
bilhética a bordo”, de “incumprimento
da obrigatoriedade de informar sobre percursos e horários intermédios” e da “ausência de posto de venda e informação ao
público”. A AVT adianta ter evidenciado hoje no terreno que, os horários
disponíveis nos portais digitais da CIMAT e da Câmara Municipal de Montalegre
não estão “conformes com o serviço
efetivamente realizado”.
O contrato de concessão adjudicado
à empresa Flaviamobil foi assinado a 30 de agosto de 2022 e obteve visto
favorável do Tribunal de Contas a 24 de março de 2023. De recordar que, o
primeiro concurso público internacional ficou deserto numa primeira fase, com a
concessão a ser, posteriormente, adjudicada a este operador espanhol, cuja
entrada em atividade estava prevista para outubro.
Desde o início do processo de
concessão que a AVT diz ser “crítica e
cética” quanto ao concurso público internacional, “apesar de ter chegado a acordo com a CIMAT para assegurar o transporte
público rodoviário de passageiros na região até 31 de dezembro, quando a Flavimobil
não conseguiu arrancar a 03 de outubro, conforme contrato”, garantido que “ao longo dos últimos dois meses, a AVT
esteve atenta e vigilante, acompanhando de perto os desenvolvimentos para fazer
ouvir as suas preocupações junto das entidades competentes, nomeadamente a
CIMAT”, revelou.
Miguel Nogueira, gerente da AVT,
disse em comunicado enviado à redação que “nos
locais e sedes próprios”, a empresa tem “posicionado e argumentado sobre o deficiente concurso público
internacional para a concessão e exploração do serviço público de transporte de
passageiros na região lançado pela CIMAT em 2021”, acrescentando que a “prioridade número um sempre foi a população
que servimos, que dependia dos nossos serviços para as deslocações diárias”.
“Aceitámos o pedido tardio de continuar a assegurar o transporte
público de passageiros na região até ao final do ano, garantindo que a
comunidade não seria prejudicada neste período de incerteza porque não
poderíamos comprometer a confiança que nos foi depositada ao longo das últimas
décadas”, vincou o gerente da AVT, frisando ter decidido assegurar o
transporte até ao final do ano por estar em causa “serviços essenciais que, por definição, não devem ser interrompidos”.
A nova concessão atribuída ao “Agrupamento
XES” que constituiu uma empresa em Portugal para executar a concessão, com a
designação Flaviamobil Lda., tem um período de vigência de sete anos e resulta
de um investimento de cerca de seis milhões de euros.
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