O presidente da Câmara Municipal de
Valpaços revelou que o interior do país “corre
o risco” de “ficar cada vez mais ao abandono” uma vez que, o Ministério da
Agricultura “teima em não fazer nada pela agricultura”, e acusa de se basear “em regulamentos comunitários” e “na reposição do potencial produtivo”.
Amílcar
Almeida falava na segunda-feira, 30 de outubro, aos jornalistas no decorrer da conferência
de imprensa de apresentação da 26ª edição da Feira da Castanha Judia, que
decorre entre 10 e 12 de novembro, em Carrazedo de Montenegro, no concelho de
Valpaços.
O autarca reagia às declarações da
Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, a propósito de o Governo não
poder apoiar os produtores de castanha transmontanos, por considerar que é uma
matéria segurável e que fator produtivo não foi afetado.
“Não
há apoios para queda de produção de castanha, como também não houve para a
queda de produção da azeitona e também da vinha”, vincou
Amílcar Almeida. “Estamos entregues unicamente
à força do ser humano mas continuamos a trabalhar”.
O social democrata disse ainda que os
agricultores precisam de “algum ânimo” porque enfrentam aumento
de custos no “combustível, a subir cada
vez mais, os pesticidas e inseticidas que triplicou [de preço] nos últimos anos
e o escoamento não é o melhor nomeadamente, em algumas culturas como o vinho”.
O autarca
explica que os agricultores “não precisam de carinho, precisam de alguma
atenção e este Ministério não tem dado a atenção devida, para com este concelho,
muito menos, para com os agricultores. Já nem se digna a vir ao território,
olhar os nossos agricultores, e depois admiram-se que em Portugal, somente 4%
da população se dedica à agricultura tenha menos de 40 anos”, frisou.
A chuva
e as temperaturas muito elevadas promoveram o desenvolvimento de um fungo que
provocou quebras de produção na castanha, nomeadamente de castanha judia, a
variedade predominante na serra da Padrela.
Sociedade