A adesão à greve dos médicos da Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN) está, ao segundo dia, a rondar os 90%, revelou à Sinal TV o secretário regional do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) Norte.
Hugo Cadavez não conseguiu precisar o impacto da greve na unidade hospitalar de Chaves, do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), mas no global, dos três hospitais, do domínio do CHTMAD, a adesão à greve ronda os 90%.
“No dia de ontem, dos seis blocos operatórios apenas funcionou uma sala. Está a ser uma greve muito expressiva e demonstra bem a insatisfação dos médicos com o desinvestimento que tem vindo a acontecer na carreira médica”, revelou Hugo Cadavez.
O secretário-geral do SIM explica
ainda que tem havido também alguns constrangimentos na consulta externa de
muitos hospitais do norte do país e uma “paragem
total” nos cuidados de saúde primários, porque “a insatisfação dos médicos de família tem sido muito grande”.
Segundo o mesmo, o “desinvestimento na profissão médica e no Serviço Nacional de Saúde (SNS)” tem levado ao encerramento de serviços de urgência de “forma rotineira”. “Em Chaves, por exemplo, o serviço de urgência pediátrica já encerrou em diferentes períodos”. Hugo Cadavez adiantou ainda que “o último pediatra contratado em Chaves foi há sete anos”.
Esta paralisação de dois dias foi
convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos da Administração Regional de
Saúde do Norte e termina às 24h00 desta quinta feira, 7 de setembro.
O sindicato exige que o Governo
integre toda a classe médica na tabela remuneratória única da função pública e
que os Ministérios das Finanças e da Saúde apresentem "uma proposta de grelha salarial que reponha a carreira de perdas
acumuladas por força da erosão inflacionista da última década e que posicione
com honra e justiça toda a classe médica, incluindo os médicos internos, na
tabela remuneratória única da função pública".
Nesta greve foram abrangidos 12
hospitais e 11 Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES), estando assegurados os
serviços mínimos.
A ARS Norte tem ainda prevista mais uma greve nos dias 20 e 21 de setembro.
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