Este
foi mais um evento, apoiado pelo município de Montalegre, que juntou centenas
de curiosos num dos locais mais encantadores do nosso território.
Nas
profundezas enigmáticas da Ponte de Misarela, emerge um espetáculo teatral
mágico e envolvente intitulado "Ecos da Misarela". A peça retrata a
luta épica entre a Mãe Natureza e a ganância da Corporação Progresso. Com uma
mensagem poderosa, o espetáculo convida-nos a refletir sobre a importância de
preservar e respeitar a natureza. Uma experiência teatral sensorial que nos
lembra da necessidade de harmonia entre o homem e o meio ambiente.
Reza
a história que este estranho namoro nas terras do Barroso, que esta gente era
simples e forte, crente e temente a Deus e "medrosa" do diabo. Tudo
começa quando um criminoso, que vagueava escondido pela região, foi perseguido
e descoberto pelas autoridades locais. Numa fuga, pois era bem conhecedor do
local, deparou-se com um obstáculo. Um rio, de Rabagão de seu nome, entre os
enormes penhascos. Apelou ao diabo e aquele fez aparecer a ponte a troco da
alma. O negócio ali foi selado, e o criminoso passou a ponte e, após estar bem
assente do outro lado, o diabo fez esfumaçar a ponte. Dessa forma, as
autoridades não conseguiriam apanhar o "fuinha". Mais tarde, já
arrependido, confessou-se a um frade e, criminoso que é criminoso, volta sempre
ao local do pecado, e este dirigiu-se para o lugar, mas acompanhado do frade.
Quando o "fuinha" apelou novamente ao diabo, este fez aparecer a fria
ponte, mas o frade - quando o criminoso ia a meio da travessia -, benzeu-a e a
ponte ali ficou até aos dias de hoje, fazendo também como que o
"fuinha" recuperasse a alma. A história correu de boca e boca, e
passou a ser local de "fertilidade". Daí para a frente, quando uma
mulher não "levava os filhos a cabo", deslocava-se à "ponte do
diabo" e pernoitava lá até alguém passar. O primeiro a chegar teria que
ser padrinho ou madrinha da criança, que haveria de se chamar Gervásio, se
fosse rapaz, e Senhorinha, se fosse rapariga, numa espécie de um pré batismo
para que a gravidez fosse a bom termo.
Cultura