Centenas de amantes do misticismo reunidos na "Ponte da Misarela"


Noite mística na celebração da festa da Ponte da Misarela, erguida na aldeia de Sidrós, freguesia de Ferral, concelho de Montalegre.

Este foi mais um evento, apoiado pelo município de Montalegre, que juntou centenas de curiosos num dos locais mais encantadores do nosso território.

Nas profundezas enigmáticas da Ponte de Misarela, emerge um espetáculo teatral mágico e envolvente intitulado "Ecos da Misarela". A peça retrata a luta épica entre a Mãe Natureza e a ganância da Corporação Progresso. Com uma mensagem poderosa, o espetáculo convida-nos a refletir sobre a importância de preservar e respeitar a natureza. Uma experiência teatral sensorial que nos lembra da necessidade de harmonia entre o homem e o meio ambiente.

Reza a história que este estranho namoro nas terras do Barroso, que esta gente era simples e forte, crente e temente a Deus e "medrosa" do diabo. Tudo começa quando um criminoso, que vagueava escondido pela região, foi perseguido e descoberto pelas autoridades locais. Numa fuga, pois era bem conhecedor do local, deparou-se com um obstáculo. Um rio, de Rabagão de seu nome, entre os enormes penhascos. Apelou ao diabo e aquele fez aparecer a ponte a troco da alma. O negócio ali foi selado, e o criminoso passou a ponte e, após estar bem assente do outro lado, o diabo fez esfumaçar a ponte. Dessa forma, as autoridades não conseguiriam apanhar o "fuinha". Mais tarde, já arrependido, confessou-se a um frade e, criminoso que é criminoso, volta sempre ao local do pecado, e este dirigiu-se para o lugar, mas acompanhado do frade. Quando o "fuinha" apelou novamente ao diabo, este fez aparecer a fria ponte, mas o frade - quando o criminoso ia a meio da travessia -, benzeu-a e a ponte ali ficou até aos dias de hoje, fazendo também como que o "fuinha" recuperasse a alma. A história correu de boca e boca, e passou a ser local de "fertilidade". Daí para a frente, quando uma mulher não "levava os filhos a cabo", deslocava-se à "ponte do diabo" e pernoitava lá até alguém passar. O primeiro a chegar teria que ser padrinho ou madrinha da criança, que haveria de se chamar Gervásio, se fosse rapaz, e Senhorinha, se fosse rapariga, numa espécie de um pré batismo para que a gravidez fosse a bom termo.


05/07/2023 Repórter de imagem: DR

Cultura


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