MONRALEGRE: Estratégia Local de Habitação em execução
Homologada em agosto do ano passado, está em execução a Estratégia Local de Habitação (ELH) no município de Montalegre, instrumento de planeamento de iniciativa municipal que resulta do Programa 1.º Direito.
No
concelho foram sinalizados 71 fogos privados e 47 municipais. O foco está
direcionado no apoio a famílias que vivem em condições habitacionais indignas e
que não dispõem de capacidade financeira para suportar o custo de acesso a uma
habitação adequada, representando um investimento próximo dos cinco milhões de
euros. Esta ação é para colocar no terreno até 2026.
A
Estratégia Local de Habitação (ELH) faz o diagnóstico das carências
habitacionais existentes relativamente ao acesso à habitação e a identificação
de potenciais soluções adequadas às necessidades dos atuais e dos potenciais
residentes no concelho. Nesse âmbito, em Montalegre, está prevista a aquisição
de habitações nas aldeias para servir pessoas isoladas com carência económica e
sem retaguarda familiar, bem como beneficiários diretos sem condições dignas de
habitabilidade. Está ainda previsto melhorar o parque habitacional social
municipal, requalificar os núcleos urbanísticos da Borralha e do Bairro do
Crasto (Montalegre) e incremento da oferta de habitação em regime de renda
acessível.
Ainda
sob esta matéria, o município de Montalegre criou um gabinete dedicado à
implementação da EHL e acompanhamento dos beneficiários (HABITAR - Gabinete de
Apoio à Habitação). Este gabinete terá a responsabilidade de fazer as visitas
às habitações dos beneficiários diretos inscritos e ajudar nas candidaturas.
Estas serão aprovadas ou rejeitadas pelo Instituto da Habitação e da
Reabilitação Urbana (IHRU).
O Programa
(1º Direito) de Apoio ao Acesso à Habitação, visa apoiar a promoção de soluções
habitacionais para pessoas que vivem em condições habitacionais indignas e que
não dispõem de capacidade financeira para suportar o custo do acesso a uma
habitação adequada. O programa assenta numa dinâmica promocional
predominantemente dirigida à reabilitação do edificado e ao arrendamento.
Aposta também em abordagens integradas e participativas que promovam a inclusão
social e territorial, mediante a cooperação entre políticas e organismos
setoriais, entre as administrações central, regional e local e entre os setores
público, privado e cooperativo.
Para
a vereadora da educação da Câmara de Montalegre, Fátima Fernandes «vamos
avançar em velocidade cruzeiro. Todos foram notificados para esta reunião para
darmos conhecimento das diligências que têm de fazer e com o máximo de
urgência. Para fazer as candidaturas é necessária uma série de documentação que
tem de ser preparada para depois ser entregue na autarquia. A Câmara de
Montalegre vai dar este apoio através de um gabinete que está a ser criado.
Posto isto, é necessário que as equipas da Área Social e técnica façam uma
espécie de vistoria a cada uma das casas, perceber que tipo de intervenção é
necessário fazer e ver, na parte social da família, se preenche os requisitos. De
seguida, depois de reunida toda a documentação, a Câmara irá dar um parecer e
ajudar à elaboração da candidatura feita ao Instituto da Habitação e da
Reabilitação Urbana (IHRU), sendo este organismo que irá dar o parecer final. É
importante que este processo seja rápido porque são verbas que podem ser
acedidas no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). É uma
oportunidade única para 71 casas de privados serem reabilitadas. Significa uma
verba muito relevante. O financiamento pode ir até 100%, dependendo do
rendimento de cada família.»
Dora
Possidónio da Sociedade Portuguesa de Inovação, garante que a «Câmara de
Montalegre aprovou a sua Estratégia Local de Habitação. É um instrumento que
permite aceder a financiamento por via do programa 1º Direito que se destina às
populações mais carenciadas e à melhoria das suas habitações. Estas podem ser
municipais ou de proprietários que vivem em condições consideradas indignas e
que poderão aceder a financiamento para reabilitar as suas habitações. Esta
reunião serviu para dar a conhecer esta oportunidade aos proprietários de
habitações, quais são os passos necessários para poderem apresentar
candidaturas e comprovar que carecem de apoio para reabilitar as suas casas. Os
proprietários têm que demonstrar três condições: que as casas são suas e que
não possuem outra; que se enquadram em habitabilidade indigna e que estão em
carência económica. Cada caso é analisado individualmente, sendo comprovado por
duas vias: rendimento médio mensal do agregado familiar e poupanças que não
podem ultrapassar um determinado valor (não chega a oito mil euros). Todas
estas condições têm que ser verificadas pelo município que dará o seu parecer.»
08/03/2022
Sociedade
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