Estudo de Impacte Ambiental da mina da Borralha em consulta pública


O Estudo de Impacte Ambiental (EIA) da mina da Borralha, no concelho de Montalegre, está em consulta pública entre desde terça-feira, 07 de outubro e 17 de novembro e prevê a exploração subterrânea de tungsténio numa área mineira desativada há cerca de 39 anos.

A empresa Minerália assinou em outubro de 2021 um contrato de concessão com o Estado para a exploração mineira subterrânea em Borralha, na freguesia de Salto, no concelho de Montalegre. O Estudo de Impacte Ambiental está agora em consulta pública durante 41 dias.

As minas da Borralha abriram em 1903 e chegaram a ser um dos principais centros mineiros de exploração de volfrâmio em Portugal, tendo terminado atividade em 1986.

A empresa, com sede em Braga, quer explorar tungsténio e, adicionalmente, produzir concentrados de cobre e de estanho numa área que tem como aldeias mais próximas a Borralha, Caniçó e Paredes de Salto.

De acordo com o resumo não técnico, está prevista a extração anual de 500 quilotoneladas de minério durante um período de 15 anos. Segundo o mesmo documento, está prevista a criação de 116 postos de trabalho diretos, com uma exploração contínua, em três turnos diários.

O projeto inclui os anexos mineiros à superfície que englobam instalações necessárias para o funcionamento da mina como a lavaria, parque de minério, armazém, posto de combustível, edifício principal e balneários, oficina, bacias de retenção e de águas pluviais e chaminés de ventilação.

O EIA refere que a futura exploração se localiza "essencialmente em áreas artificializadas, que resultaram da antiga exploração", que a instalação de rejeitados será implantada numa área florestal e que a mina "não se sobrepõe a nenhuma área sensível", abrangendo, contudo, a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés, uma área classificada ao abrigo de compromissos internacionais assumidos pelo Estado Português. Os concelhos de Montalegre e Boticas estão ainda classificados como Património Agrícola Mundial, pela FAO.

Segundo o EIA, a maior parte dos solos não têm aptidão agrícola nem para pastagens melhorada, têm aptidão moderada para exploração florestal, estando confirmada a presença do lobo na envolvente à área de estudo, no entanto refere que o "projeto não terá qualquer influência no desenvolvimento da espécie".

Como impactes negativos o EIA aponta a necessidade de desocupar habitações, a alterações na paisagem, aumento das poeiras, ruído e vibrações, o risco de afetação da qualidade da água e a potencial perturbação das comunidades faunísticas.

Os impactes positivos apontados são a criação de emprego, a dinamização da economia, a exploração de matérias-primas.

A empresa propõe medidas de minimização dos impactes durante a fase de projeto de execução, na fase prévia à construção, na fase exploração e de desativação. Propõe ainda medidas de compensação específicas para o projeto.

A consulta pública do Estudo de Impacto Ambiental termina a 17 de novembro.


Foto: DR


07/10/2025

Sociedade


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