Congresso de Medicina Popular faz escutar o corpo através da terra
Durante três dias, de 29 a 31 de agosto, Vilar de Perdizes, no concelho de Montalegre, acolheu a 39.ª edição do Congresso de Medicina Popular. O evento reuniu saberes ancestrais, terapias naturais e cultura popular.
Em Vilar de Perdizes terminou no
domingo, 31 de agosto, a 39ª edição do Congresso de Medicina Popular, um
encontro que reuniu investigadores, terapeutas, profissionais de saúde e
guardiões da sabedoria ancestral. O padre António Fontes, natural de Cambezes
do Rio, em Montalegre, é o impulsionador do evento.
A cerimónia de abertura ficou
marcada por momentos simbólicos e palavras de acolhimento onde foi enaltecido o
património imaterial que a medicina popular representa, disse a autarquia
barrosã.
Das ervas medicinais aos rituais
de cura, às práticas de bem-estar, todos os saberes presentes “trazem
consigo a memória coletiva de um povo que aprendeu a escutar o corpo através da
terra”, explicou o Município.
A autarquia referiu que num
período em que o mundo procura cada vez mais equilíbrio entre ciência e
natureza, o evento “afirma-se como um espaço de diálogo entre os saberes
populares e a medicina contemporânea, valorizando práticas enraizadas na
experiência das comunidades e transmitidas de geração em geração”.
No primeiro dia do evento decorreu
a habitual visita aos stands instalados na zona envolvente ao auditório que
acolheu o Congresso de Medicina Popular de Vilar de Perdizes. O programa
estendeu-se ao longo de três dias e foram partilhadas histórias, saberes e
investigações, promovendo uma reflexão “profunda sobre a importância de
preservar, reconhecer e integrar práticas no tecido social e cultural atual”,
frisou a Câmara Municipal através de uma nota publicada.
A noite de sábado ficou marcada
pela tradicional e emblemática queimada, espetáculos de fogo e animação. O
momento contou com a presença já habitual da Companhia de Teatro Filandorra.
O evento foi organizado pela Associação de Defesa do Património
de Vilar de Perdizes, em parceria com o Município de Montalegre/Ecomuseu
de Barroso e a Junta de Freguesia de Vilar de Perdizes e Meixide. A organização
fez um balanço positivo do 39.º Congresso de Medicina Popular de Perdizes e
deixou a ambição de que a celebração dos 40 anos seja “intensa”.
“Um cartaz que, durante três
dias, voltou a debater temas em torno do misticismo e onde se salientou a
qualidade das intervenções e dos oradores sobre assuntos pertinentes para a
sociedade”, referiu.
Montalegre terá um Centro de
Estudos de Medicina Popular e Misticismo que será criado na
antiga escola primária de Vilar de Perdizes. Segundo a autarquia, o
investimento dará “dignidade ao centro da aldeia” e ao mesmo tempo vai “honrar
o legado do padre Fontes a da sabedoria popular”. A obra será cofinanciada
pelo Programa Regional Norte 2030.
Sara Esteves
Fotos: CM Montalegre
02/09/2025
Sociedade
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