Em declarações à RTP, o presidente
do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), Frederico Morais,
disse ter conhecimento que na prisão de Chaves a pré-instalação do sistema de videovigilância
está a ser montada por reclusos.
“Nós hoje temos informação que
no Estabelecimento Prisional de Chaves estão reclusos a fazer a instalação do
sistema de videovigilância. Só não estão a colocar as câmaras. Eles estão a
colocar tudo, toda a área. Estão a pôr os fios, têm conhecimento das zonas
mortas. Conclusão: o sistema prisional português está a dar aos reclusos
conhecimento do sistema de videovigilância. Nós não conseguimos compreender. Há
dois dias que andamos a falar de segurança, de falta de segurança e hoje, somos
confrontados no Estabelecimento Prisional de Chaves (…) os reclusos estão a pôr
videovigilância”, aponta.
A montagem estará inserida no âmbito
de um projeto de inserção social e segundo Frederico Morais é “prática recorrente”
nos estabelecimentos prisionais.
“Hoje depois desta denúncia
ficamos a saber que foi prática recorrente em quase todos os estabelecimentos
prisionais. Os reclusos, a única coisa que não instalam são as câmaras porque
eles passam os fios, sabem onde estão colocadas as câmaras, sabem os ângulos
mortos, sabem como cortar os fios porque são eles que os instalam, sabem isto
tudo. Nós entregamos à mão dos reclusos para fazerem isto tudo, ou seja, parece
que estamos a fazer tudo à pressa. Nós pedimos uma intervenção de urgência, mas
não era assim. Não queríamos uma intervenção de reclusos a intervir com a nossa
segurança”, explicou à RTP.
O Canal Alto Tâmega tentou falar
com a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), mas até ao momento
sem sucesso.
Sara Esteves
Foto: Carlos Daniel Morais
Sociedade