Coligação Chaves Mais admite resultado “aquém do esperado”


A Coligação Chaves Mais, representada pelos órgãos concelhios do PPD-PSD, CDS-PP e IL, admitiram na terça-feira, dia 04 de novembro, que o resultado das eleições autárquicas de 12 de outubro de 2025, ficou “aquém do esperado”.

Quase um mês depois das eleições, e da vitória da candidatura do Partido Socialista, liderada por Nuno Vaz, a Coligação Chaves Mais fez um balanço das autárquicas e projetou o futuro em conferência de imprensa, que decorreu no Hotel Forte de São Francisco em Chaves.

O dirigente do Partido Social Democrata (PSD), saudou todas as candidaturas que se apresentaram a sufrágio e deixou uma “saudação especial” à candidatura do PS “por ter recolhido a maioria dos votos dos flavienses”.

Em conferência de imprensa, Jaime Abreu, Presidente da Concelhia do PSD, destacou como “vitória” o aumento do número de eleitores neste ato eleitoral. “Existe um dado que deve ser encarado como uma vitória da nossa comunidade e do esforço de todos, que é o aumento do número de eleitores neste ato eleitoral. Numa altura em que Chaves vê, infelizmente, o seu número de habitantes reduzir é de celebrar a vitalidade democrática que se manifestou nas urnas”, salientou agradecendo aos flavienses que votaram na candidatura da Coligação Chaves Mais, liderada pelo independente Marcelo Delgado eleito vereador.

“O nosso agradecimento aos milhares de flavienses que nos deram o seu voto de confiança nas urnas. A todos os que acreditaram em nós. A nossa promessa é de que vamos estar em todos os órgãos para os quais fomos eleitos permanentemente ao serviço dos flavienses”, acrescentou.  

Quanto aos resultados, o Presidente da Concelhia dos sociais democratas assumiu que a Coligação ficou “longe de atingir o objetivo principal” e que a mensagem dos eleitores “é clara” e “exige uma mudança profunda na forma como a oposição é exercida no nosso concelho”. O responsável falou ainda de um início tardio de campanha.

“Aquilo que aconteceu é que nós começamos realmente tarde. Falando no caso concreto do PSD, temos um trabalho sensivelmente de 10 meses. A nossa comissão política foi eleita em novembro do ano passado, no início de novembro. Isso poderá explicar muita coisa, certamente haverá muitas explicações”.

RESULTADO “EXIGE UMA MUDANÇA PROFUNDA NA FORMA COMO A OPOSIÇÃO É EXERCIDA NO NOSSO CONCELHO”

Jaime Abreu ‘deixou farpas’ aos vereadores da oposição eleitos em 2021 pela coligação PPD-PSD/CDS-PP com o lema ‘’Chaves Primeiro’’ e adiantou que a oposição será “mais ativa, rigorosa e alinhada”, tendo ainda mostrado confiança no PSD para que se afirme “como a maior força política do concelho” e na retoma “do caminho da governação”.

“Os resultados demonstram que não só durante a campanha, mas sobretudo durante os últimos anos, a oposição não conseguiu ser vista como uma alternativa suficientemente forte e credível para conquistar a maioria. Em certos momentos, a ação de fiscalização revelou-se aquém da desejada, o que fez com que a capacidade de nos afirmarmos como alternativa se esbatesse perante o governo em funções”.

O dirigente do PSD aproveitou o momento para lamentar as críticas deixadas por Nuno Vaz à candidatura da coligação, no momento da tomada de posse dos novos órgãos autárquicos, a propósito de ataques pessoais durante a campanha eleitoral.

Também o dirigente do CDS-PP assumiu que os resultados ficaram “aquém do que a coligação Chaves Mais se propunha alcançar”, e que há fatores que “devem ser tidos em conta e servem de exemplo para futuras eleições”. Victor Sousa destacou “o decréscimo ligeiro dos lugares obtidos” pelo CDS-PP e espera que “seja feita justiça à disponibilidade e coragem [de Marcelo Delgado] para servir a sociedade”.

A Iniciativa Liberal tomou a mesma posição e mostrou confiança em Marcelo Delgado. “O Marcelo continua a ser o nosso candidato, continua a ser uma pessoa impecável e aberta nesse ponto, acho que não mudaria nada”, frisou Pedro Figueiredo.

O representante da IL, assumiu que a campanha poderia ter sido iniciada “muito mais cedo”, assim como a “capilaridade do território”.

“Poderíamos ter começado a prepará-la muito mais cedo. A capilaridade do nosso território, pelo menos esta parte falo por mim, não foi criada inicialmente. Ficámo-nos muito, penso eu, na parte urbana da cidade, as aldeias ficaram muito esquecidas no início da campanha e quando chegamos lá, acho que já fomos em contracorrente. Penso que isso foi a principal coisa que gostaria de ter mudado nesta campanha”, adiantou assumindo que servirá de aprendizagem para a próxima campanha daqui a quatro anos.

Sobre o futuro, o Presidente da Concelhia do PSD mostrou confiança nos vereadores eleitos, Marcelo Delgado e Joaquim Tomaz, apontado para “divergências” com os vereadores da oposição eleitos em 2021, Francisco Tavares, Carlos Teixeira e Carlos Penas.

“Quem está num partido, quem acredita na social democracia, naturalmente também tem que estar alinhado (…) isso não aconteceu com os nossos vereadores, houve uma divergência e pode isso explicar um bocadinho as coisas, porque quem está a exercer essa função também tem que respeitar, a opinião do partido, digamos assim. Algumas vezes não aconteceram, infelizmente, e é isso que queremos a partir de agora, rasgar para o futuro uma nova dinâmica a esse nível, um alinhamento, penso que a palavra que melhor define é um alinhamento estreito com as pessoas”, salientou.

Nas autárquicas de 2025, o PS em Chaves assegurou cinco mandatos, enquanto a Coligação Chaves Mais (PPD/PSD.CDS-PP.IL) alcançou dois, com 31,44% e 7666 votos. Nuno Vaz foi reeleito Presidente da Câmara Municipal de Chaves, com maioria absoluta. O socialista, de 56 anos, venceu as eleições autárquicas de 2025 com 54.55% dos votos (13.300 votos).

Sara Esteves

Fotos: Carlos Daniel Morais 


05/11/2025

Política


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