Executivo municipal reprova delegações de competências na Presidente da Câmara de Vila Pouca de Aguiar
O novo executivo municipal reuniu pela primeira vez na sexta-feira, 31 de outubro, tendo reprovado por maioria as delegações de competências da Câmara Municipal na Presidente da Câmara Municipal, Ana Rita Dias, eleita pelo Partido Social Democrata (PSD) nas autárquicas de 12 de outubro.
O Partido Socialista (PS) e
Movimento Aguiarense Independente (MAI) reprovaram na primeira reunião de
câmara os cinco pontos de delegação de competências da Câmara Municipal na
Presidente da Câmara Municipal.
Os pontos reprovados por maioria,
com quatro votos contra e três a favor, estão relacionados com decisões de
‘relevo’ como o “Regime Jurídico da
Urbanização e Edificação; das Empreitadas de obras públicas; da Aprovação de
projetos, programas de concurso, cadernos de encargos, adjudicação de
empreitadas e aquisição de bens e serviços cuja autorização de despesa lhe
caiba e da Emissão de parecer de compropriedade em prédios rústicos, respetivamente”,
lê-se numa nota publicada pela autarquia.
A primeira reunião de Câmara do
mandato autárquico 2025-2029 incluiu 21 assuntos de interesse municipal, tendo
iniciado com a aprovação de ata camarária do anterior mandato com um voto a
favor e seis abstenções.
O ponto dois, relacionado com o regimento
para funcionamento das reuniões da Câmara Municipal no quadriénio 2025/2029 foi
apreciado e aprovado com três votos a favor, três votos contra e uma abstenção.
Já a ratificação à alteração permutativa dos documentos previsionais foi aprovada
por unanimidade, assim como a fixação de vereadores a tempo inteiro.
Depois, os sete pontos relativos
a projetos de arquitetura e pedidos de licenciamento foram aprovados por
unanimidade, assim como pedido sobre informação prévia, emissão de parecer à
constituição de compropriedade em prédio rústico e autorização para abertura de
vala para execução de ramal de ligação em baixa tensão.
No campo social, foram apreciadas
duas deliberações por unanimidade, a atribuição de subsídios escolares e
suplementos alimentares no âmbito da ação social escolar. A finalizar, exterior
à ordem do dia, foi aprovada a Ata desta reunião em minuta, por unanimidade.
AUTARCA MANIFESTA PREOCUPAÇÃO POR REPROVAÇÃO DA DELEGAÇÃO DE
COMPETÊNCIAS
Ana Rita Dias manifestou
preocupação com a decisão tomada pelos vereadores da oposição, tendo mencionado
nas suas redes sociais que “os interesses
dos aguiarenses não estão em primeiro lugar para todas as forças políticas e
que o que se pretende é tão somente bloquear a atividade municipal corrente”.
A autarca apontou para uma
reunião prévia com o PS e o MAI para “negociar”
as referidas competências tendo os mesmos não dado “qualquer resposta, inviabilizando apenas e só com o voto contra.
Comportamento que infelizmente também vão demonstrando em todas as Juntas de
freguesia em que o PSD tem a presidência e que vão inviabilizando a
constituição do órgão, exigindo lugares para cada um deles no executivo dessas
juntas”, explica.
A reprovação da delegação das
competências em causa terá, segundo Ana Rita Dias, “consequências imediatas”, desde “atrasos na contratação de serviços e aquisição de bens essenciais para
o funcionamento dos equipamentos municipais; dificuldades na gestão corrente de
obras e intervenções no território, que exigem decisões rápidas e ajustadas à
realidade local; limitação da capacidade de resposta a situações urgentes, como
intervenções em infraestruturas, apoio social ou medidas de proteção civil e prejuízo
na execução de projetos financiados, cuja calendarização depende de decisões
administrativas ágeis”, refere.
A social democrata explica ainda
que haverá “atraso na resposta aos
munícipes na emissão de documentos, nomeadamente certidões e licenças , que são
essenciais para a resolução de várias situações do seu dia-a-dia; atraso nas
respostas sociais urgentes e emergentes no âmbito do setor social” e que a recusa,
sem “qualquer fundamentação técnica ou
política que a justifique” (…) “coloca e causa a aplicação dos procedimentos na
gestão da qualidade e da certificação de qualidade que o município detém há
vários anos”.
PS REALÇA QUE REPROVAÇÃO DAS COMPETÊNCIA É “PRÁTICA COMUM”
Os vereadores eleitos pelo
Partido Socialista referiram que, uma vez que o atual executivo não dispõe de
maioria absoluta, “a maioria dos
vereadores entendeu que as decisões importantes devem ser tomadas em conjunto
pelo executivo, garantindo transparência, equilíbrio, rigor e democracia”.
Numa nota publicada nas redes
sociais, explicam que se trata “de uma
prática comum em municípios sem maioria absoluta, permitindo que o trabalho da
Câmara seja feito com diálogo, cooperação e responsabilidade partilhada”.
MAI REFORÇA DECISÃO
DOS AGUIARENSES
O vereador José Diegas, eleito pelo MAI, destacou, através
de uma nota publicada também nas redes sociais, que os aguiarenses “foram claros: não quiseram dar uma maioria
absoluta a ninguém. Quiseram, sim, uma Câmara Municipal plural, com três forças
políticas diferentes, onde deve prevalecer o diálogo, a transparência e a
cooperação em prol do concelho em detrimento do autoritarismo”.
O executivo municipal é composto
pela Presidente Ana Rita Dias, eleita pelo PSD e pelos vereadores José Luís
Teixeira e Diogo Fernandes, ambos do Partido Social Democrata. O executivo é
ainda composto por três vereadores do PS, Manuel Borges Machado, Sofia Guedes e
Pedro Crespo (Vereador), e ainda por José Diegas do MAI.
Sara Esteves
Fotos: CM VPA
04/11/2025
Política
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